BBB Entrevista

Nascida em Bissau, atualmente encontra-se a residir em Londres, onde cursa Recursos Humanos e Gestăo.
Ela è admiràvel e carismàtica. Considerada a Rainha dos Turbantes, Bissilay Bigna, mais conhecida por Rainha Balanta ou BBB (Bissilay Benimba Bigna), tornou-se nos ùltimos anos um ìcone da moda Guineense destacando-se pela sua originalidade. Mas quem serà a pessoa por detràs desta criaçăo?
A Roots Magazine foi saber um pouco mais sobre o seu ìntimo, a sua carreira e as suas projeççoes futuras.
Quem ès tu? Conta-me sobre o teu íntimo.
Sou BBB, sem loucura não há amor não é? Então a minha maior loucura foi , apaixonar-me loucamente por uma pessoa, comprei bilhete de avião e fui ter com ele sem avisar ninguém que ía viajar.
Sou loucamente apaixonada pela moda. Sou vítima de sonhos adiados e de esperanças. Mas apesar disso, eu ainda tenho um sonho: o sonho de ser mãe de 4 gèmeos.
Uma licão de vida foi que aprendi que não devo me importar com comentários que não vão mudar a minha vida.
Uma data que me marcou foi o dia 22 de Junho de 1984 pois è a minha data de nascimento e creio que não exista uma data mais marcante que esta.
O que realmente me tranquiliza é o bem-estar dos meus pais, saber que estão bem, eu preciso de os ver felizes para eu ser feliz. Algo que me irrita profundamente é a irresponsabilidade, não sei conviver com pessoas irresponsáveis. A minha família è de todo a minha prioridade, saber que estão bem, principalmente a minha mãe, ela sim è a minha maior alegria.
Conta-nos como foi, desde a tua infância, que decidiste dedicar-te a esta profissăo, ou foi algo que decidiste depois?
Minha mãe era costureira na Guiné e dava aulas de corte e costura na Paróquia Nossa Senhora D'Ajuda, então todo o resto de tecido que sobrava ela fazia roupas para mim e assim eu estava sempre na moda por assim dizer, daí surgiu toda esta paixão pela moda que ficou até hoje. Decidi criar um blog de moda em 2009, só que não trabalhava nele por falta de tempo.
Tiveste alguma, ou alguém como inspiração?
Sim tive como inspiracão uma vizinha minha, que eu gostava muito e ainda gosto, chama-se Indira Zuleika Almeida. Eu sempre dizia a minha mãe que eu gostava de um dia ser como a Indira, muito vaidosa.
O que te motivou a continuar a perseguir este sonho?
O que me motiva para continuar nesta area da moda e fazer o meu trabalho, são as pessoas, as mensagens de incentivo que recebo todos os dias. As pessoas dizem que eu sou uma inspiração para elas e para as filhas.
Sendo considerada, por muitos, um ìcone da moda, aos poucos a tua criaçăo, os teus turbantes, estão de certo modo a revolucionar a indumentària e a sociedade guineense. Como sentes ao saber que a tua carreira está, ou poderá, a dar a conhecer e a mostrar um outro lado da Guiné-Bissau ?
Eu criei a marca de turbante para as senhoras, passei a fazer para as crianças, agora já estou a frazer gravatas para os senhores e felizmente está a correr muito bem graças à Deus. O objectivo da marca é mostrar as pessoas que mesmo estando longe da casa (Guiné-Bissau) podemos sempre levar um pouco da nossa cultura connosco.
Desde o início, como tem sido esta experiência?
No inicio não foi facil, como tudo na vida. Mas tenho tido uma experiência muito boa, estou aprender cada dia que passa, como costumo fazer, virei mais uma página do livro da vida, uma nova fase, novas experiências, novos erros e nova vida.
Sentes que, de certo modo, já estás a causar impacto na sociedade guineense?
Sem dúvida que sim! Sinto que influenciei muito a moda de turbante na sociedade guineense.
Quais săo as tuas perspectivas futuras em relação à tua carreira?
Como não pretendo parar só nos turbantes e nas gravatas, futuramente gostaria de fazer um curso medio de Fashion Designer, para obter mais conhecimento no assunto. Como qualquer outro trabalho, ser estilista/designer significa trabalhar muito e eu estarei cá para isso.
Como pensas que isso irá influenciar as futuras gerações ?
Tem-se notado ultimamente a falta de uso dos nossos panos na nossa sociedade, principalmente aqueles que vivem fora de África. O objetivo também do meu trabalho para além de ser estético é mostrar ou mesmo até relembrar/incentivar os africanos a usarem mais e aproximar mais da nossa cultura. Acho que por esse sentido que irá incentivar as futuras gerações.
Expectativas futuras em relacăo à Guiné-Bissau .
Falar da Guiné faz me chorar, prefiro não criar expectativas para não me iludir, prefiro antes me surpreender do que me decepcionar como me decepcionei com este último governo. Só Deus sabe do futuro da minha linda Guiné, só me resta rezar e ter esperança.
Pretendes voltar a ter a Guiné-Bissau como residência
fixa?
Por mim, voltava já hoje, mas infelizmente ainda não posso, Mas um dia pretendo voltar, porque sinto que tenho muito para dar para Guiné.
Como uma fonte de inspiracão qual è a tua mensagem final para os nossos leitores?
Não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existe são pessoas que lutam pelos seus objectivos, pelos seus sonhos ou que desistem deles, portanto meu povo, lutem, lutem e lutem!
Com esta arte de fazer turbantes, e entre outras, os nossos jovens e as futuras gerações da Guiné-Bissau têm muito a oferecer ao país e ao mundo, assim como dar a conhecer uma outra face da Guiné-Bissau sem esquecer a tradição e claro as futuras gerações!